
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em outubro, o menor índice desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em 2012. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram uma melhora consistente no mercado de trabalho, impulsionada pela geração de empregos em diversos setores.
A população ocupada alcançou 103,6 milhões de pessoas, o maior número já registrado. Houve recordes também no total de empregados no setor privado (53,4 milhões), trabalhadores com carteira assinada (39 milhões), empregados sem carteira (14,4 milhões) e na informalidade, que atingiu 40,3 milhões de pessoas, representando 38,9% dos ocupados.
A população desocupada caiu para 6,8 milhões, uma redução de 8% (menos 591 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 17,2% (menos 1,4 milhão) em relação a outubro de 2023. É o menor número de desocupados desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014.
Setores que mais geraram empregos
Três setores foram os principais responsáveis pelo aumento da ocupação no trimestre: Indústria (2,9%, com 381 mil novas vagas), Construção (2,4%, com 183 mil vagas) e Outros Serviços (3,4%, com 187 mil vagas). Juntos, esses segmentos somaram 751 mil novos postos de trabalho. O setor da Construção destacou-se com a maior expansão de 2024, segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.
“Os resultados mostram uma geração consistente de empregos em diferentes setores da economia, sustentada trimestre após trimestre”, analisou Adriana.
Rendimento e massa salarial em alta
O rendimento médio real habitual foi de R$ 3.255, sem variação significativa em relação ao trimestre anterior, mas com alta de 3,9% no acumulado do ano. Já a massa de rendimentos (soma dos salários de todos os trabalhadores) chegou a R$ 332,6 bilhões, um aumento de 2,4% no trimestre e de 7,7% no ano.
Adriana ressalta que o crescimento da massa salarial reflete tanto o aumento do número de pessoas empregadas quanto a recuperação dos rendimentos no mercado de trabalho.
Apesar da redução do desemprego, a informalidade continua elevada, evidenciando desafios estruturais no mercado de trabalho brasileiro.